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"Os inimigos declarados de Deus e da Igreja devem ser difamados tanto quanto se possa, desde que não se falte à verdade, sendo obra de caridade gritar: 'Eis o lobo!', quando está entre o rebanho ou em qualquer lugar onde seja encontrado".
(Filotea ou Introdução à Vida Devota, parte III, cap. 28).

Relato de uma vítima

  • Writer: Maria José
    Maria José
  • Aug 31, 2017
  • 5 min read

Eu conheci as irmãs religiosas da comunidade (nome da comunidade se mantém em sigilo por razões jurídicas) no Hallel de Franca - SP através de uma excursão que o meu grupo de jovens da cidade fez. Foi onde também conheci a Consagração à Santíssima Virgem Maria, por consequência comprei o Tratado e o Devocionário da comunidade.

Lá no Hallel uma das irmãs disse que em alguns dias estaria na minha cidade para fazer uma palestra sobre o Tratado. Como dito, alguns dias depois ela e mais algumas irmãs estavam na cidade para essa palestra e eu disse que queria fazer a Consagração, ela me orientou a como fazer e depois mantivemos contato por celular.

Até que um dia uma das irmãs me ligou me convidando para ir a um evento na Canção Nova com o Pe. Rufus e também seria a oportunidade de fazer uma missão junto com outra vocacionada da minha cidade.

O ponto de encontro foi na rodoviária da minha cidade, meu pai estava junto, foi onde ele conheceu o Jean Rogers Rodrigo de Souza, vulgo Pe. Rodrigo Maria. Eu fui no banco da frente e as outras no banco de trás, foi quando eu contei toda minha história para ele (padre Rodrigo).

Depois disso mantivemos contato pelo celular... Ele sempre me ligava. Falava que eu tinha uma vocação, que Deus me chamava, que eu tinha que largar tudo, e eu acreditando. Não me lembro do dia certo que contei todos os detalhes para ele, mas é certo que antes de eu entrar na Comunidade ele sabia de tudo.

A parte difícil e ruim da história se iniciou no dia do meu postulantado. Lembro-me perfeitamente deste dia, pois foi uma solenidade muito bonita onde meus pais estiveram presentes. Foi na cidade de Anápolis - GO. Estávamos todas felizes, pois era toda aquela emoção de colocar o primeiro véu. Logo após tudo, ficamos no escritório, eu, o padre (Rodrigo Maria) e mais duas meninas mexendo no computador. Ele disse que era para nos deitarmos, sendo assim, fizemos.

Uma ficou na ponta, ele (padre Rodrigo, já citado) no meio e eu ao lado, e ainda outra ao meu lado (essa logo dormiu). Eu como sempre demorei muito a dormir e logo percebi carinhos do meu pai (do padre já mencionado), foi onde tudo começou, ali, ele (o padre Rodrigo) me acariciava se virava e acariciava a outra.

Eu achava estranho de princípio, mas não pensava que era de maldade... Até que ele pegou na minha mão e desceu para o órgão genital dele, aí eu entendi o que ele queria.

Não vou negar agora o que passou pela minha mente, eu tinha 20 anos na época, já tinha uma história de vida totalmente difícil, era ex-dependente química, já havia tido relação sexual tanto com homens quanto com mulheres e ele sabia disso tudo. Ele (o Padre supracitado) sabia de todas as minhas fragilidades, vícios e pontos fracos, então o que me aconteceu? Eu entendi o que ele queria! Eu peguei onde ele queria que pegasse, eu o deixei pegar em mim onde ele queria pegar.

Quando ele (padre Rodrigo Maria) se virou para pegar na outra moça, ela se levantou de uma vez e ascendeu a luz, e saiu quarto, acordando a que estava do meu lado em sono profundo.

O que aconteceu depois dessa noite foi um drama igual aqueles de novela! Malas a serem feitas e muitas lágrimas; mas resumindo, quando amanheceu, o padre Rodrigo nos levou para confessar, as duas somente, em um padre muito idoso que não lembro, infelizmente, o nome. Depois me lembro de que ele conversou muito que isso não poderia mais acontecer e blá blá blá.

Eu sempre fui a responsável da sacristia em todas as casas que estava: São Paulo, Pernambuco, Goiás, enfim, todas, eu sempre cuidava das coisas do padre (o padre já mencionado aqui), tinha que passar sua batina. Coincidência? Não sei.

Mas o que nos fez aproximar mais ainda foi a farmácia da casa de missão em Goiás: ele ficou doente uma vez, teve muita febre e por isso ficava deitado lá no cômodo onde era a farmácia da casa. Tinha que tomar remédios e eu fazia chás e tudo mais. Eu acho que hoje vejo que tínhamos uma relação.

Ele me pressionava, esfregava seu corpo contra o meu na parede, pegava a minha mão e passava em seu órgão genital. Quero que todos entendam que para mim aquilo se tornou uma coisa normal, quando ele (padre Rodrigo) não estava, ele me ligava e perguntava como eu estava, dizia que estava com saudades.

Eu estava sempre perto dele, sempre com ele, por isso eu mudava muito de casa. Teve uma vez que fizemos uma missão em SP. Estávamos no banco de trás do carro, a gente se deitou junto e tinha duas irmãs no banco da frente, pusemos uma coberta e fizemos ali mesmo! Olha o grau da situação!

Quando mudei para Pernambuco a coisa ficou mais séria, porque ele estava sempre lá e a M. (anônimo) também. Lá tinha a casinha dele separada, então as coisas ficavam também um pouco mais fáceis. Teve uma vez que estavam todas as irmãs vendo filme na sala e a gente mexendo no computador no quarto ao lado... Fazendo ali mesmo.

Houve uma situação em que achei q estava grávida e recorri ao padre Rodrigo, que então marcou um médico pra mim. Chamou uma leiga da comunidade para me ajudar. Fomos de carro e ela me arrumou uma roupa, no caminho dentro do carro dela eu troquei de roupa e tirei o véu, fiz o exame e deu negativo.

Foram muitas vezes e em vários lugares que não sei contar e descrever todas às vezes.

Quando decidi ir embora da comunidade, eu me lembro muito bem de olhar para o Jean (Jean Rogers, padre Rodrigo) e dizer para ele, que ele me tirou a oportunidade de, talvez, me tornar uma pessoa melhor... Talvez não santa, mas uma pessoa melhor. Porque ele sabia de toda a minha trajetória de vida, de todas as minhas lutas e dificuldades, e hoje eu vejo que ele se aproveitou dessas fraquezas que eu tinha, e o pior de tudo é que não fui a única pessoa e há casos muito mais tristes que esse.

Quando voltei para minha cidade, passando mais ou menos um ano, eu tive contato com ele via e-mail. Ele me perguntava como eu estava, até que me disse que estaria em minha cidade e queria me ver e eu, boba, fui lá vê-lo, achando que ele estaria mudado.



Mas não, ele queria sexo de novo... Mais uma vez, só que dessa vez eu não dei o que ele queria e foi assim que se encerrou a nossa história.


 
 
 

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