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"Os inimigos declarados de Deus e da Igreja devem ser difamados tanto quanto se possa, desde que não se falte à verdade, sendo obra de caridade gritar: 'Eis o lobo!', quando está entre o rebanho ou em qualquer lugar onde seja encontrado".
(Filotea ou Introdução à Vida Devota, parte III, cap. 28).

O manipulador me dizia que eu precisava de carinho de "homem".

  • Outra vítima.
  • Sep 5, 2017
  • 3 min read

Fui religiosa na Arca de Maria do ano de 2011 à 2014. Apesar de eu ter superado tudo, voltar ao passado e lembrar dói, mas vou tentar ser bem direta em tudo que eu for falar.


No período que eu estive na Arca de Maria, eu tive grande afeto pelo padre Rodrigo Maria, que para mim era quase um santo. Quando eu entrei na Comunidade - assim como a maioria das irmãs não entram preparadas para a vida religiosa, nem física nem emocionalmente -, eu não entrei preparada para ser religiosa, não tinha espiritualidade, não tinha noção do que era um pecado mortal.


O padre sabia que eu tinha uma ausência muito grande do meu pai, dizia que iria reparar isto, e me chamava de meu bebê. Ele era minha base, meu alicerce, minha âncora dentro da Arca de Maria. Até algumas coisas ficarem suspeitas, que é sobre isto que vou falar.


A primeira vez foi quando ele esfregou a barba em mim: trancou a porta do escritório onde estávamos, esfregou a barba em mim, e disse que eu precisava de carinho de homem. E eu comecei a pensar: "será, meu Deus, que ele falou com maldade, será que não?". Até que coloquei na minha cabeça que não, que ele está falando como um pai. Depois ocorreram várias coisinhas dessas, nas quais eu tentava não colocar a culpa nele, mas em mim.


Teve um dia que ele chegou de uma missão e eu tinha limpado a Capela e estava saindo dela. Ele me abraçou muito forte, muito suspeito, e me deu um beijo que pegou na boca. Ele logo: “perdão filha, perdão", e eu "nossa padre", e fiquei toda sem graça, toda sem jeito. Mas comecei a me confessar dessas coisas, porque comecei a acreditar que eu estava com maldade na cabeça de estar pensando coisas terríveis do padre, de estarem coincidindo essas coisas e eu estar pensando coisas absurdas. E os padres me diziam para eu conversar com a minha superiora, só que eu tinha muito medo dela, muito, muito medo daquela mestra. Mas eu acredito hoje que eu deveria ter confiado nela.


Um dia ele colocou a mão na minha coxa, eu gelei por dentro, porque eu já tive casos de abuso na minha vida, e eu sabia que aquilo poderia ser alguma coisa. Mas, ao mesmo tempo, eu não quis acreditar naquilo, eu não quis acreditar que era maldade dele, que ele era um homem igual aos outros pelos quais eu tinha passado por algo parecido.


Depois deste fato, eu já estava meio que com as anteninhas ligadas, foi quando estávamos na Matriz da Luz, um sítio que fica em Moreno - PE, bem retirado. E lá, eu estava com corisa, e ia ter aula. O padre me chamou para me dar um lenço. Eu estava esperando do lado de fora do quarto dele, ele mandou eu entrar, entrei e me sentei na cama. O quartinho dele era muito apertado; eu vi que uma irmã ia passando, mas ele não viu. Ele veio novamente e colocou a mão na minha coxa. Na hora a irmã entrou e começou a bater nele, e ele tentando segurar a irmã, e eu sem entender nada do que estava acontecendo.


Depois disto teve um retiro geral, que ele me chamou e me disse: "você lembra aquele dia que você estava com o nariz escorrendo e você veio me pedir um lenço?", e eu disse: "foi o senhor que me ofereceu o lenço!". Ele disse: "não, você veio, me pediu o lenço, e eu dei o lenço a você, porque você estava chorando, você estava passando por algum momento muito difícil e eu estava lhe consolando, não foi?!". Eu disse: "não!!!". E ele continuou: "mas você vai me ajudar, vai falar isto para a Madre". Ele perdeu toda a credibilidade, o meu amor por ele estava se decompondo. É muito triste para mim isto, mas ele me fez mentir como ele pediu que eu contasse.


Depois disto eu já estava bem desgastada na Arca de Maria. Passei um tempo fora, pedi pra sair, para ir pra casa pensar. Ele ficava me atentando, ligando para mim, dizendo que eu tinha vocação, que eu tinha que ser santa, que eu tinha que rezar por ele, que a minha missão não podia acabar, que eu carregava o carisma dentro do meu coração e um monte de abobrinhas mais.


Eu acabei voltando para a Arca, mas depois eu fui para casa, e comecei a me tratar com psiquiatra e psicólogo bons. Eles me ajudaram e hoje estou bem, graças a Deus.


Espero ter ajudado, e que sirva para a salvação de muitas almas. Que possa evitar de muitas almas se perderem com isso.


 
 
 

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